Por Elisângela Valença

No último sábado, 16, a orla de Atalaia foi palco de um misto de festa e manifestação. Vários artistas sergipanos se reuniram e criaram o movimento ‘Manifesta – a arte abraça Aracaju’ e realizaram seu primeiro evento, reunindo cantores e bandas na praça de eventos. O objetivo do movimento é conquistar maior visibilidade por parte dos governos estadual, municipal e do público em geral, além de fiscalizar o gasto das verbas públicas com contratações.

O movimento ainda não fez a reunião de avaliação, mas já se pode dizer que o evento já teve conquistas. É o que informa Henrique Telles, músico e membro do movimento. “Foi uma noite linda, com um grande público, que já está cobrando o próximo evento, comemorou.

Segundo Henrique, foi possível derrubar alguns mitos. “Dizer que festa só dá gente com artistas de renome nacional foi o primeiro a ser derrubado”, disse. “Fizemos uma festa só com artistas sergipanos e tivemos um grande público”, explicou. “E tudo sem divulgação em TV, rádio, outdoor. Apenas com a mobilização de cada artista”, acrescentou.

“Com isso, mostramos que não precisa se gastar demais para ter uma grande festa. Com um cachê de 120 mil reais de uma banda de renome nacional, faríamos umas cinco festas dessa”, disse Henrique, quebrando mais um mito.

“Outro ponto que já observamos é que o público precisa ter acesso ao trabalho dos artistas sergipanos”, disse. “O sergipano tem sede de ter orgulho do que é seu, mas ele precisa conhecer, saber que existe. E divulgação é essencial neste ponto”, explicou.

Outra observação feita por Henrique Telles é sobre atitude. “Nós temos que cobrar um trato sério com a gestão da cultura por parte do poder público. Cobrar investimentos, incentivos, divulgação, mas também temos que ter atitude, não só esperar pelo governo”, disse. “Temos que fazer nossa parte também, produzindo arte de qualidade, com respeito ao público, procurando outra parcerias também”, reforçou.

Para chegar às conquistas, o movimento passou por uma série de dificuldades. “Tivemos a informação de boicote velado, com telefonemas e acordos para dificultar a realização de nosso evento”, disse. “Não temos provas dessas informações, mas também agora não importa. A festa aconteceu, tivemos muitas conquistas e o público já está pedindo a próxima”, comemora.

“Agora, vamos nos reunir, avaliar e nos preparar para que a segunda edição seja muito melhor, com muito mais tempo para organizar e produzir, buscando apoios e parcerias”, finalizou Henrique.