A presença de artistas sergipanos no Arraiá do Povo é uma marca que o Governo de Sergipe mantém nesta festa. Conhecida pela sua tranquilidade e clima familiar, a festa atrai diariamente milhares de pessoas que vão curtir o há de mais autêntico na cultura sergipana.

O que muitas das pessoas que visitam a festa não sabem, é que, nos bastidores, existem várias histórias de amor quando se fala em produção da cultura sergipana. “A nossa batalha é muito árdua, nós trabalhamos sete meses seguidos sem parar. Para nós, quanto mais lugares para mostrar nosso trabalho é melhor. É muito difícil, mas iniciativas como essa do Governo de Sergipe, de apoiar a produção cultural fazem com que a gente continue trabalhando pra manter viva a cultura do nosso Estado e dar a nossa identidade à ela”, revela o marcador da Quadrilha Unidos em Asa Branca, André Camilo, de 31 anos.

Para os artistas sergipanos, viver de arte e cultura nunca foi fácil. A realidade de André é a mesma vivida por muitos outros artistas locais, que compartilham também do mesmo amor pelo trabalho, e a alegria de proporcionar diversão ao público, seja ele grande ou pequeno.

Com grande satisfação estampada no rosto, Seu Jaime do Acordeon, de 71 anos, também mostrava que seus cabelos brancos carregavam uma história muito bonita com a sanfona mais famosa do Bairro Bugio. “São 40 anos tocando forró, eu não podia deixar de vir aqui. Eu acho que a festa está maravilhosa e que o forró pé de serra não pode ser esquecido. E acho que essa alegria de mostrar o forró pé de serra, o Arraiá do Povo não deixa apagar!”, disse.

Grupos folclóricos também estavam presentes na festa representados pela Caceteira de Rindu. Enquanto as lágrimas enchiam os olhos de Seu José Gonçalves, o Mestre Rindu, como é conhecido, contava que é muito difícil manter a Caceteira sozinho. “São festas assim que não me deixam desistir de continuar a brincar a Caceiteira. Eu tenho muita força de vontade e vou fazer isso até os últimos dias da minha vida. Meu pai participou, meus avós também e eu estou aqui pra manter essa brincadeira”, emocionou-se.

O Trio Cajuara levou o triâgulo, a zabumba e a sanfona e fez muita gente dançar o forró na voz de um sergipano de muita persistência. Depois de muitos anos tocando forró eletrônico, Renivaldo Serafim, 29, junto com dois amigos, resolveram mudar e levar adiante o conhecido arrasta-pé.

“Eu acho o Arraiá muito importante, assim como a gente, outras bandas amigas nossas, se sentem na maior parte do ano desmotivadas porque não vemos brecha para os artistas locais se apresentarem. Na verdade, o Arraiá do Povo é uma vitrine. Buscamos essa oportunidade o ano todo e esse ano nós fomos contemplados. Saber que essa é uma festa 100% sergipana para nós é uma alegria imensa, porque nos representa completamente”, elogia o vocalista do Trio.

Realização

 A edição 2014 do Arraiá do Povo é uma realização do Governo do Estado, através das Secretarias de Estado da Cultura (Secult) e Comunicação (Secom) e com o patrocínio do Instituto Banese, Torre e Petrobras. A festa conta ainda com o apoio da NET, do Sebrae e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Fonte: Sergipe Cultural / Foto: Fabiana Costa/Secult

Confira a programação desta sexta-feira, 20 e do fim de semana.

Programação

20/06 (sexta-feira)
20h – Grupo folclórico Samba de Coco de São Cristóvão
21h – Chamego Nordestino
22h – Quadrilha Junina Século XX
23h – Chico e Forró Chic Chic
00h – Andinho e Matheus + Trio de forró
01h – Lourival Mendez
02h – Jailson do Acordeon

21/06 (sábado)
20h – Banda de pífano do Povoado Ventoso (Poço Verde)
21h – Marcos Giva
22h – Quadrilha Junina Balança Mais Não Cai
23h – Ataíde do Acordeon
00h – Correa dos Oito Baixas
01h – Banda Bago de Jaca
02h – Café Suado

22/06 (domingo)
20h – Banda de pífano Serrinha (Moita Bonita)
21h – Os Três Molekes do Forró
22h – Quadrilha Junina Pioneiros da Roça
23h – Forró Pau de Arara
00h – Marcos Paulo
01h – Lourinho e Banda Forrozão Valeu Boi