Campos Neto diz que BC tem projeto para redesenhar cheque especial
44% dos que usam o cheque especial ganham até 2 salários mínimos, diz presidente do BC
Economia | Por Agência Brasil 06/11/2019 13h17 - Atualizado em 06/11/2019 14h34

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse hoje (06) que anunciará, em breve, um projeto para redesenhar o cheque especial. Em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Campos Neto classificou o cheque especial como “um produto muito regressivo”, com peso maior de juros sobre quem tem menor renda.

Ele destacou que a maioria das pessoas que usa o cheque especial têm renda baixa e menos acesso à educação financeira. Segundo Campos Neto, 44% dos que usam o cheque especial ganham até 2 salários mínimos e 67% cursaram até o ensino médio.

O presidente do Banco Central explicou que quando o banco abre uma linha de crédito para uso pelo cliente em qualquer momento há um custo de capital para a instituição financeira. Esse custo é cobrado pelos bancos por meio das taxas de juros. O problema é que quem tem maior renda e, portanto, maior limite no cheque especial, não costuma usar os recursos tanto quanto quem tem menor renda. Assim, quem paga os juros dessa linha de crédito são as pessoas que usam o cheque especial, ou seja, as de menor renda. “Quem tem limite alto e nunca usa está sendo custeado por quem tem limite baixo e usa. Temos um projeto que deverá sair em breve para redesenhar isso”, disse Campos Neto.

Cenário externo
Campos Neto disse que a revisão para baixo na estimativa de crescimento da economia brasileira, que passou de 1,58% para 0,91% este ano foi devido à crise da Argentina, ao “choque Global” e à tragédia em Brumadinho.
Segundo Campos Neto, a crise argentina fez as exportações brasileiras caírem fortemente. “Há menor corrente de comércio global. Brumadinho gerou grande queda na indústria extrativa mineral. Esses choques transformaram o crescimento de 1,6% em alguma coisa perto de 0,9”, disse.
Investimento privado

Campos Neto disse que o crescimento do país “tem sido um pouco mais atrasado, mas vai ser de maior qualidade” em meio a melhores condições para o investimento privado no país, em substituição ao público. “Mais privado, menos público, vai ser mais eficiente e duradouro”, disse.

Inflação
O presidente do BC ressaltou a inflação “baixa, controlada, rotado abaixo da meta”, acrescentando que “as inflações esperadas pelo mercado estão todas dentro da meta. O fenômeno de inflação baixa não é brasileiro. É amplo”. Ele disse que esse cenário permite fazer um “movimento de queda mais eficiente” da taxa básica de juros, a Selic.

O presidente do BC disse que a possibilidade de voltar a reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em dezembro, “foi um passo no sentido da transparência”. No último dia 30, o comitê reduziu a Selic para 5% ao ano, com corte de 0,5 ponto percentual.

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